Ontem fui almoçar a Alhandra a um Restaurante na zona ribeirinha. Ao chegar, escolhi a mesa e sentei-me. O solicito empregado trouxe a lista e comecei de imediato a salivar. A causa de tal fenómeno foi a visão no menu de um “peixe-galo grelhado com açorda de ovas”. O preço no entanto era perigoso 44€/kg podiam resvalar para um buraco orçamental da minha pessoa, maior que o deficit nacional. À cautela, à chegada do empregado perguntei o peso do referido peixe-galo, ao que ele respondeu que só tinham um e que era pequeno. Perguntou ainda, se eu queria ir à vitrine ver o animal. Respondi que sim e dirigi-me à vitrine refrigerada. Ao ver o espécime enregelado, deitado na vitrine no meio do gelo, verifiquei que o peixe mais parecia uma sardinha tal era o seu reduzido tamanho. Chamar àquilo peixe-galo era no mínimo ridículo, quando muito seria um peixe-pinto ou no máximo peixe-frango. Tranquilizei-me e pedi o bicho. Após a espera necessária para o animal ser devidamente grelhado, eis que vem para a mesa uma travessa com o peixe mais a “partenaire”, a açorda de ovas. O repasto estava fenomenal, quer o peixe quer a açorda. Degustei ambos com redobrado prazer. Satisfeito tomei o café pedi a conta. O empregado chegou com um sorrisinho sumido que me deixou logo desconfiado. Olhei para a conta e nem queria acreditar o “peixito” vinha referido com um peso de 0,8kg, ao que equivalia um preço de 35,2€! Chamei o empregado agora não a salivar, mas sim a espumar pela boca e perguntei se por acaso não haveria engano, uma vez que o meu peixe era minúsculo e teria no máximo 400g. Ele referiu que não havia engano, que eu tinha visto peixe “já sem as entranhas, e que o peixe antes de amanhado tinha 0,8kg”. O quê?!!.. Então quer dizer que eu paguei parte do peixe que não comi?!.. Exijo que me tragam as entranhas, nem que seja para fazer uma sandes ou uma sopa. Se as paguei, são minhas. E para a próxima exijo testemunhas e um representante do Governo Civil na altura da pesagem. Espertinhos!
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