Papoilas Portuguesas

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Lusos - Grupo de individuos com grau de utopia elevado

domingo, 29 de agosto de 2010

Astérix (e eu) na Córsega


















Pois é estou na Córsega em Cargese, e estou a adorar, mas não estou sozinho. Ontem á noite enquanto esperava ansioso no bar pelo resultado final do jogo Benfica-Setúbal (tentava desesperadamente ter net) eis que se senta ao meu lado o Astérix (o próprio, não era o Chalana).
Com o seu farto bigode loiro e duas tranças também loiras (só não trazia o capacete alado), deslocou-se ao pé de mim e pediu-me lume. Respondi no meu francês, do liceu D. Dinis (podia ter sido pior, por exemplo da Escola Secundaria da Reboleira) que não fumava. Ele não desarmou e perguntou-me se era a primeira vez que estava na Córsega, mas antes que eu conseguisse responder, dissertou:
“A minha Corsica (percebi que era Córsega em Corso) é a quarta maior ilha do Mediterraneo, depois da Sicília, Sardenha e Chipre. Infelizmente é presentemente uma região administrativa desses C....... dos Franceses. Ele parou para respirar e eu disse nervoso “Pode desabafar á vontade eu também não gosto deles”. Ele continuou sem qualquer complacencia para comigo.
“Esta minha bela ilha com mais de 200 praias paradisíacas, e com uma enorme cadeia de montanhas ricas em florestas, tem o seu ponto mais alto no Monte Cinco com 2700m de altitude. A ilha está separada da Sardenha pelo Estreito de Bonifácio. E infelizmente só é conhecida por ter sido berço desse Couchon do Napoleão, que aqui nasceu em 1769 em Ajaccio, (que é hoje a capital) um ano após termos sido ocupados por esses C........ dos Franceses”.
Olhei em volta para ver se o Obélix estaria por perto, mas nem sinal dele. O Astérix Corso voltou à carga. “Bom conforme estava a dizer, Ajaccio alem de ser a Capital da ilha, é também capital da Córsega do Sul, enquanto Bastia, que é a segunda maior cidade é a Capital da Córsega do Norte”
Foi então que pensei para comigo “Olha aqui também há guerra Norte-Sul”, “Quem será o Pinto da Costa cá do sitio?”. O Astérix Corso no entanto continuava a falar, de olhos fixos no infinito. “Nós aqui somos muito poucos, o território é quase despovoado (31 habitantes/km²). Somos conhecidos pelos nossos enchidos, queijos, figos e castanhas, mas infelizmente cada vez vivemos mais desses C........ dos turistas. Odeio turistas” disse ele. Eu pensei para comigo “Então mas tu não odiavas romanos?”, mas achei mais prudente dizer antes “Eu também odeio esses gajos. Eu estou aqui em negócios” menti eu com quantos dentes (mais o aparelho) tinha na boca.
Ele olho-me de soslaio, e disse enquanto se levantava “Bom se não tens lume vai....” Infelizmente esta ultima palavra não percebi, mas foi qualquer coisa que a minha professora de Francês não me ensinou (e também não vinha nos livros). Por isso suspirei desiludido e pensei “Afinal os Corsos até que são simpaticos”. Mas quando tentei retribuir o educado cumprimento, já ele se tinha esfumado, tão misteriosamente como tinha aparecido. Verifiquei então, que já tinha emborcado três caipirinhas e que milagrosamente o meu computador tinha rede, pelo que finalmente tive net. Quando vi o resultado (3-0 para o Benfica) e vi que o Roberto tinha defendido um penalti?!!!.... não tive duvidas que estava com alucinações, pelo que me fui deitar imediatamente...


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