Presidente da República abdica do salário enquanto Chefe do Estado, mas opta pelos dez mil euros mensais da reforma.
A noticia já não é de hoje, mas não deixa de ser surpreendente. O nosso presidente, Aníbal Cavaco Silva decidiu prescindir do seu vencimento, enquanto Presidente da República, no valor de 6523 euros, para passar a receber apenas as suas pensões, que totalizam cerca de dez mil euros mensais. Bom, mas então duas questões se colocam. Primeiro, porque apenas o anunciou agora, logo após as eleições e não antes? Poderia ter sido importante para os portugueses eleitores, saber que o (na altura) candidato se propunha passar a ser um mero reformado na presidência. Efectivamente, não tenho a certeza, mas Portugal deve ser um caso raro onde o responsável máximo da Nação não é remunerado pela sua função, vivendo “apenas" da sua reforma. Bom, sem dúvida há que louvar, pois ao contrário do que dizem as más-línguas, não há de certeza aqui nenhum aspecto “economicista”, de procurar receber a verba mais avultada das duas disponíveis (uma vez que a lei exige que se receba apenas uma das verbas). Não! Tenho a certeza que a intenção do Presidente, é apenas dar o exemplo a todos os reformados do País, mostrando-lhe que eles (reformados) podem ainda ser pessoas validas e activas na sua cidadania (não sei porquê, mas esta palavra cidadania desde as ultimas eleições passou a martelar-me a cabeça). Mas então e o aspecto ético desta questão? Será ético, alguém exercer uma função, não ser remunerado para a mesma, mas receber uma reforma que por definição é paga apenas quando ”Um funcionário por ter completado a idade regularmente fixada, por doença ou por incapacidade física foi dispensado do serviço” (dicionário Porto Editora) e receber essa reforma apenas porque o valor a receber é mais elevado? E porque é que o valor das reformas é mais elevado? Porque não foi objecto dos cortes devido à crise. Incrível não é? Mas ainda há mais. Podemos questionar-nos de que serviços foi dispensado o Cavaco, que já não serve para os mesmos, mas serve para Presidente da Republica, o cargo mais alto da Nação? Não seria mais lógico o Presidente receber o seu ordenado como presidente, enquanto exercer essa função e depois de terminar o mandato, então sim optar pela sua reforma? Depois admiram-se de nós portugueses sermos como somos, os exemplos vêm de cima!...
E ainda há que se ter em conta a reforma da D. Maria. Mais 800 euritos! ;-)
ResponderEliminarPois é João, mas essa está mesmo reformada (acho)!!!
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