Ultimamente têm surgido vários livros em que os autores se dedicam a estudar, analisar, escalpelizar e comentar o modo como o estado gasta o (nosso) dinheiro dos contribuintes. Não deixando de ser uma matéria importante e primordial neste tempo de crise, Não deixo de estranhar que no entanto ainda ninguém se tenha dedicado a estudar "a maneira como nós gastamos o dinheiro do estado”!... Um estudo profundo deste tema seria também um contributo importante para a análise da situação económico-financeira do Pais. É típico dos Portugueses, pensar que nós só temos direitos e esquecemos os nossos deveres para com a sociedade em geral e para com o estado em particular. Efectivamente, se alguém se dedicasse a analisar os gastos supérfluos, que nós contribuentes desbaratamos no nosso dia-a-dia, penso que coraríamos de vergonha. Por exemplo, quantas vezes não compramos medicamentos comparticipados pelo Estado, que na realidade não necessitamos ou que muitas vezes deixamos passar de prazo de validade sem utilizar completa ou parcialmente, esbanjando deste modo recursos do estado que poderiam ser aplicados noutros serviços? Quantas vezes não fazemos aquele exame médico caríssimo (para o estado) mas que a nós nos fica por pouco mais que o valor de uma sandes de presunto, sem que na realidade ele fosse realmente necessário? Quantas vezes nas cantinas das nossas escolas as crianças (e os adultos) não desperdiçam parte das refeições, esquecendo-nos nós que o estado comparticipa parcialmente essa alimentação? Já para não falar no que acontece com a comparticipação das deslocações dos doentes a tratamentos e a consultas distanciados das suas residências (o valor que muitas vezes é pago ao quilómetro) e que algumas entidades (como alguns bombeiros por exemplo) dão voltas desnecessárias, gastando tempo e combustível para que a comparticipação seja superior? E se analisarmos o quê se passa com o programa e-escola e e-escolinha, onde o estado comparticipa fortemente na compra de computadores para crianças, computadores esses que ficam a preços ridículos mesmo para famílias com posses e que quantas vezes não são sequer utilizados ou são maltratados pelas crianças? Concluindo, é altura de ajudarmos o estado a poupar e a racionalizar recursos e não ajudar a esbanjar.
Sem comentários:
Enviar um comentário