Papoilas Portuguesas

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Lusos - Grupo de individuos com grau de utopia elevado

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Imposto extraordinário







O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou ontem na abertura do debate do programa do governo na Assembleia da República, uma contribuição especial para o ajustamento orçamental, em sede de IRS. Esta será equivalente a 50 por cento do valor do subsídio de Natal que acresce ao salário mínimo nacional. Alguém se apressou a chamar a isto “Imposto Extraordinário”.
Mas extraordinário porquê? Segundo o dicionário da Porto Editora, a palavra extraordinário poderá ter 7 interpretações, sendo elas:

fora do ordinário;
excepcional;
raro ou invulgar;
que causa admiração;
insólito ou estranho;
muito grande ou excessivo;
que não é obrigatório;

Ora não nos parece que nenhum destes adjectivos se aplique a este imposto, senão vejamos.

Fora do ordinário não é com certeza. Antes pelo contrário um imposto que se prepara para “tirar” as prendas das criancinhas no Natal, ou para degradar substancialmente e ceia natalícia parece-nos algo bem ordinário, pornográfico mesmo!

Excepcional, também não será. Pois basta falar com algumas das famílias carenciadas, que vão ver reduzida uma das hipóteses que tinham durante o ano para equilibrar as finanças familiares, para ver que para elas, esta imposto será tudo menos excepcional.

Raro ou Invulgar, também não é de certeza. Pois do modo que se encontra a situação económico-financeira dos país, percebermos que este tido de impostos se vai tornar muito frequente e vulgar. Provavelmente passaremos a ter tributações deste tipo não só no Natal, mas também no Ano Novo, no Carnaval, na Pascoa e nas Férias de Verão (ou se calhar, mesmo todos os fins de semana!).

Que causa admiração, também não se aplica. Pois já toda a gente estava à espera de qualquer coisa deste tipo, por isso ninguém ficou admirado, nem mesmo as centrais sindicais.

Insólito ou estranho, também não é, pelas mesmas razões apontadas acima.

Muito grande ou excessivo, infelizmente também não será. Pois o “buraco” é tão grande que vai ser preciso mais “extraordinários” deste e de outro tipo!

Que não é obrigatório. Bom, este nem é preciso comentar!...

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