Papoilas Portuguesas

Papoilas Portuguesas
Lusos - Grupo de individuos com grau de utopia elevado

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O meu cão (neste caso cadela)


















"Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cão" disse em tempos Blaise Pascal. Pois no meu caso é uma cadela e de entre os muitos motivos que me fazem gostar dela aqui estão alguns:

“A minha cadela olha-me nos olhos quando falo com ela”
“A minha cadela acredita que eu cuidarei dela até ao final da vida”
“A minha cadela nunca mente”
“A minha cadela não tem preconceitos para com outras raças, religiões ou opções sexuais”
“A minha cadela come todos os dias a mesma comida e está sempre feliz à refeição”
“A minha cadela tolera todas as imbecilidades e imbecis”
"A minha cadela não me dá pancadinhas nas costas"
“A minha cadela fica feliz sempre que me vê”

Pois é, é difícil ser mais bem formado que a minha cadela!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Silêncio - Grupo Coral dos Mudos da Reboleira

Crítica musical por António Violino de Almeida














Hoje escrevo-vos sobre mais uma pérola da musica contemporanea portuguesa que é esse fenomenal trabalho que dá pelo nome de “Silêncio”, da autoria do Grupo Coral dos Mudos da Reboleira. Trabalho ímpar, que corta com toda a tradição passada dos grupos corais na musica Portuguesa. Trabalho onde se alia a virtuosidade coral dos Mudos da Reboleira, com a produção cuidada de José Surdo, mais conhecido pelo Mouco do Restelo. Em termos corais é um trabalho arrojado, pois todo o trabalho é aparentemente semelhante da primeira à ultima faixa, sendo a sonoridade vocal original, assemelhando-se numa primeira audição mais desatenta, apenas a estática acústica. Mas quando aumentamos o nível do volume de som para o máximo, verificamos com surpresa, que afinal a virtuosidade coral se assemelha a chuva a cair, ou batatas a fritar numa frigideira em lume brando. É aqui que se distinguem os verdadeiros melómanos, os que conseguem desfrutar deste excelente trabalho, dos ignorantes musicais que retornam à loja dizendo para os infelizes dos empregados “Ó palhaço devolve-me o dinheiro, que esta merda não tem nada gravado!”.


sábado, 25 de setembro de 2010

Mercado de Sabores














Estou no Mercado de Sabores do Continente no Pavilhão Atlântico. O evento é uma estratégia de Marketing fantástica por parte da Sonae. Nestas coisas o Belmiro não brinca. Por 3 euros de bilhete de entrada, o visitante tem direito a provar um sem numero de produtos como, alheiras, salsichas, chouriços, presuntos, queijos, legumes frutas, chocolate e claro aquilo que me trás cá, o precioso néctar, o vinho. Além disso à saída o visitante recebe ainda um cheque de 10 euros para gastar no Continente, valido para compras superiores a 30 euros. Ou seja gastamos 3 euros, recebemos 10 euros à saída e ainda comemos e bebemos de graça. Não admira que o Pavilhão Atlântico esteja tão cheio como num dia de concerto dos Tokio Hotel. É que nestas coisas, o Portuga não perdoa, comer e beber é connosco. Eu, como só me interessam, os vinhos vou já para a zona vinícola. O evento promete, até porque a selecção vinícola é da responsabilidade do Engº Aníbal Coutinho, pessoa que tive o prazer de conhecer recentemente. De olhos vidrados pela excitação, estou na zona do Alentejo. Olha, olha as ridículas cuspideiras (recipiente para se cuspir o vinho após a prova). Enfim, coisas de maricas, os verdadeiros homens (como é o meu caso) logicamente que bebem todo o vinho. Vou começar com um Tinto Monte da Cal, reserva, castas Trincadeira, Alicante Bouschet, Syrah. Agora um o tinto Defesa, castas Touriga Nacional, Aragonez, Syrah, vou terminar o Alentejo com um Tinto Monte do Enforcado, castas Aragonês, Moreto e Castelão. Agora vou para a zona do Dão, onde vou começar por provar um Tinto Meio Século Reserva, castas Alfrocheiro, Jaen, Touriga Nacional e agora passo para um tinto Dão Campolargo castas Alfrocheiro, Tinta Roriz e Touriga Nacional e agora vou provar este Quinta do Mondego, castas Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz, Touriga Nacional. Agora vou ali para a região do Douro, olha vou provar este Tinto Va..Va...Vallado, ui desculpem é um monocasta Touriga Na..Na..Nacional. Agora aquele Tinto Du..Du..Duas Quintas (que raio isto não está fácil) Reserva, castas Tou...Touuu. ai ai. Touriga Nacional e Tinta Barro...Barro...Barroca. deixa-me agora experimentar este tinto Bons Ares, castas Vio...Vio...ai..ai Viosinho, Cab...cab...Cabernet Sau..Sau...Sauvignon e Tou...Tou...Touriga Nacional .Olhaaaaa allllliiiii o Tinnnto Flooooor dassss Te... Te... Te...Tecedeirassss, cas... cas... casta Tou... Tou.... Tou... Touriiiiiiga Na... Na... Na...Nacio... na...na...na..Nacionallllllll.
Porra, alguém me arranja um Guronsan?


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Hotel Dah!












Ontem ao subir a Alameda da Fonte Luminosa, quase a chegar à escola António Arroio, sou supreendido por um grande letreiro azul indicando um misterioso “Hotel Dah”. Fiquei intrigado. Seria um Hotel para pessoas com baixo QI?, os chamados Dah’s em linguagem de teenager. Nesse caso se Einstein lá quisesse passar uma noite, ser-lhe-ia recusada a entrada? Ou seria um Hotel gerido por Russos ou Ucraniaos? Acho que Dah quer dizer “sim” em Russo ou Ucraniano, mas não tenho a certeza. Então a tradução para Português seria, “Hotel Sim”. E porquê “Hotel Sim”? porque sim, ora! (é uma resposta tão valida como outra qualquer). Bom mas este Hotel Dah existe mesmo em Lisboa, situa-se na Rua Cristovão Falcão nº8, ao cimo da Alameda, e o misterioso DAH apenas quer dizer Dom Afonso Henriques.  É caso para dizer “Daaaahhhh!!!...”.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia Europeu Sem Carros. Ou será Noite?

















Hoje celebra-se por toda a Europa o "Dia Europeu sem carros”. Iniciativa que nasceu à alguns anos e cujo objectivo é retirar os carros do centro das cidades europeias durante um dia. Bom em Portugal como somos originais, em vez de retirar os carros durante o dia, retiramos durante a noite. É verdade! ao sair de manhã quase fui atropelado junto à porta de casa, pelo que é óbvio que os carros continuam por cá durante o dia. Mas alegrem-se, durante a noite das 0h00 ás 5h00, o Túnel do Marques esteve cortado à circulação automóvel e aberto a bicicletas, trotinetes, triciclos e outros veículos ecológicos. Pois é, nada como fazer um bom passeio de bicicleta durante a noite, para depois irmos trabalhar fresquinhos no dia seguinte. Ainda estive para a acordar o meu filho ás 2h da manhã para irmos andar de bicicleta para o túnel do Marquês, mas como ele tinha aulas às 8h achei melhor deixar para quando ele tiver aulas à noite.



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os anões


Hoje dei comigo a pensar “Será que se eu der boleia a um anão, tenho que ter uma cadeirinha no banco de trás?”. Não, não me refiro aos anões de baixa estatura física, mas sim aos anões de baixa estatura intelectual. Vou-lhes chamar “anões de mente” (não confundir com “anões dementes”). A duvida surgiu-me, porque como moro na zona do Parque das Nações, passo frequentemente no novo Campus da Justiça e frequentemente me cruzo com personagens como o Bibi, João Nabais, Carlos Horta e Costa, Jorge Rito, José Maria Martins entre outros cromos que não conheço. E se algum deles quando eu passo de carro, me mostra a mão fechada com o dedo polegar estendido para cima, ou uma placa de cartão a dizer “Linhó”?. Será que se eu lhes der boleia, me arrisco a ser multado porque não trago a referida cadeirinha?. Bom, eu preferia que eles me mostrassem não o dedo polegar, mas o dedo do meio estendido, pois assim teria atenuantes quando lhes passasse com o carro por cima!.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Vinho do mês - Setembro 2010

Quinta de Saes 2007 Estágio Prolongado


















Um dos vinhos tintos que mais gosto e dificilmente é batido na relação Qualidade/Preço (12€). Da região do Dão, é produzido por Álvaro de Castro, complementado pela filha Maria de Castro.
João Pinga

"É um duo complementar e cheio de vida: Maria, a filha, racional e temperamental, o pai Álvaro, sonhador e indomável, que juntam esses ingredientes para produzirem vinhos puros, equilibrados, com uma definição aromática muito singular. Um Dão com memória e definitivamente moderno no mesmo tempo. Este Quinta de Sães é produzido com as castas Touriga Nacional e Alfrocheiro, em solo granítico, tem um corpo médio e bela frescura que coincide bem com o (ainda) verão."

texto d' Os Goliardos
Rua da Mãe d’Água nº9
1250-154 Lisboa
Tel/fax: (+) 351 213462156
info@osgoliardos.com

sábado, 18 de setembro de 2010

OSGEMEOS no CCB

“Pra quem mora lá, o céu é lá”
CCB, Exposição Temporária, Piso 0, até 19/09/2010




 








Gosto de ir ao CCB. Não sei de devido ao facto de quase sempre passar também pelos pasteis de Belém, ou se por outro qualquer motivo inconsciente. Desta vez fui ao CCB ao Museu Colecção Berardo, ver a excelente exposição dos grafiteiros brasileiros “OSGEMEOS”. Esta exposição é a prova que o verdadeiro graffiti é mesmo arte (mas não aquela poluição visual que se vê nas nossa paredes e comboios). Digo-vos que ia com algum receio de encontrar o Joe Berardo, confesso que não me agradaria ouvi-lo a dizer “Fuck you Pinga”. Apesar desse risco, vale mesmo a pena ir ver a exposição d’OSGEMEOS. Mas atenção, acaba manhã 19 de Setembro.

“Os irmãos brasileiros Gustavo e Otávio Pandolfo (1974, São Paulo) conhecidos como OSGEMEOS, estão envolvidos na criação dum mundo fantástico, cheio de histórias quotidianas em forma de poesia. A pintura feita nas ruas e as criações feitas para obras e instalações em galerias e museus partem da mesma inspiração onírica que existe dentro da mente destes irmãos gémeos, cuja obra é agora apresentada pela primeira vez em Portugal.”
“Desde 1987 que OSGEMEOS, percorrem a mega-cidade de São Paulo. Com os seus graffiti – arte primitiva e intemporal da nossa contemporaneidade – voltam a dar vida às paredes de betão desta mega-cidade mineral, exuberante e dura, de 22 milhões de habitantes, apelando a um imaginário entre o sonho e o sortilégio, a fantasia e a crítica social. Numa primeira análise, a sua arte imediata parece influenciada pelo movimento naïf ou surrealista. As imagens encontram-se desligadas de toda e qualquer compreensão lógica, um enigma em permutação dos pintores com o observador.”


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Entrevista com o lider do Partido Suciachulista Português
















Existe um novo partido no panorama politico Português, o Partido Suciachulista Português. O “jornalista” Mario Crespo entrevista hoje o lider deste misterioso partido, José Platão.

Mario Crespo- O que quer dizer Partido Suciacholista Português?
José Platão - Não faço a minima ideia, acho que não quer dizer nada. O nome que eu queria já estava utilizado, pelo que a funcionária do registo propôs este nome “Suciachulista”. Por isso na realidade, foi ela que baptizou o partido.
MC- Mas poderá dizer-nos qual o programa do Partido?
JP – O nosso programa preferido é o “Momento da Verdade” (aquele do poligrafo) mas também gostávamos muito do extinto “Fiel ou Infiel” do João Kléber.
MC – Desculpe, não percebeu a pergunta, eu referia-me ao Programa Ideológico do Partido.
JP – “Programa Ideológico”? o que é isso?
MC- Enfim, são as bases ideológicas em que no partido assenta, ou ou seja os principios orientadores do Partido.
JP – Está a brincar comigo, isso já não se usa, são coisas do passado. Nenhum dos outros partidos tem isso, porque é que nós haveriamos de ter? Acha que o Partido Socialista é socialista, ou que o PSD é social-democrata ou que o CDS é do centro?. Não brinque comigo. Nós não enganamos as pessoas, preferimos não ter bases ideológicas (seja lá o que isso for) a enganar as pessoas.
MC- Então mas terão concerteza ideias para os grandes problemas do País.
JP – Ideias não nos faltam. Alias pensamos ter soluções para todos os grandes problemas do País.
MC- Poderá adiantar-nos algumas dessas medidas? Por exemplo em relação ao desemprego o que pensam fazer para o diminuir?
JP- O desemprego é sem duvida um problema grave do nosso País. Por isso temos que ser implacáveis nas medidas. O que nós propomos é muito simples mas eficaz. Propomos fechar todos os centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação profissional. Repare, se acabarmos com estes centros, as pessoas já não se podem inscrever como desempregados. Ora se não se poderem inscrever, deixa de haver desempregados. Deste modo acabamos radicalmente com o problema e passamos a ter 0% de desemprego.
MC- E em relação á saúde? O que pensam fazer em relação à falta de médicos e ao Serviço Nacional de Saúde.
JP- O grande problema, como toda a gente sabe é que existem doentes a mais e médicos a menos. Por isso o SNS está a rebentar pelas costuras, há que inverter a situação. A solução é não tratar os doentes cuja idade seja superior a 50 anos. Repare estas pessoas já são pouco produtivas, e além disso já se estão a aproximar-se perigosamente da idade da reforma. Deste modo se “desparecerem” já não precisamos de lhes pagar a reforma. Esta solução é genial, pois não só equilibra o Sistema Nacional de Saude como torna sustentável o Sistema de Segurança Social.
MC- Parece-me cruel, mas enfim e em relação à educação? O que pensam fazer para acabar com o insucesso escolar?
JP- Bom essa é facil! É acabar com os chumbos, deste modo acaba o insucesso escolar. Aliás a actual Ministra Isabel Alçada, antecipou-se e já nos copiou neste medida, que a ser aplicada será sem duvida eficaz.
MC- E em relação à fome? Existem alguns especialistas que sugerem que voltou a aparecer fome em Portugal.
JP- É facil acabar com a fome. Você sabe quantos cães e gatos são abatidos diariamente nos canis municipais?
MC- Não está a sugerir que ?!!!...
JP- Não estou a sugerir nada. Você sabe qual o País que mais evoluiu nos ultimos anos, subindo cerca de 11% e ocupando presentemente o 2º lugar na economia Mundial? Eu respondo, a China. Não preciso de dizer mais nada pois não? A nossa sociedade é que é preconceituosa. Além disso ninguem precisava de saber, bastava por-lhe um rótulo nas embalagens “Carne Biológica Gourmet de Mamifero” e vender no Continente.
MC- E em relação ao Deficit? O que pensam fazer?
JP- Deficit? O que é isso?
MC- Também não sei, mas toda a gente fala disso por isso achei que devia perguntar!!!
JP- Você vem mal preparado para as entrevistas Mário Crespo, ou então é mentalmente débil!!
MC- Olhe todos temos que ganhar a vida. Eu por mim gostava era de ter uma loja de roupa, vender t-shirts era o meu sonho.
JP- Bom, é melhor ficarmos por aqui. Nas proximas eleições não se esqueçam de votar em nós. Não contem connosco é para aquela palhaçada da assembleia da Republica tal como está. Se ganharmos as eleições vamos propor que todos os deputados sejam taxistas, são unicos que têm ideias neste país.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dead Combo - O Assobio (Canção do Avô) - Ode Maritima

Sol na Beira e chuva no Faial





















O Verão está a dar as ultimas. O sol ainda teima em aparecer, mas já está a fazer as malas, para imigrar para a Florida, onde lhe pagam muito mais e além disso não tem que gramar o Pinto da Costa. Ontem, confidenciou-me na esplanada do meu bairro “Para o ano não sei se venho, estou a ficar farto de me responsabilizarem pelo aumento de casos de Cancro de pele, Ingratos”. Eu disse “Não faças caso, eles têm é dor de cotovelo”.
Aqui pela Lusitânia continua tudo na mesma. Desanimo global. Mas toda a Europa está assim, desanimada, deprimida. Também o que era de esperar quando os lideres da Europa são: Berlusconi!, Sarkozy!, Zapatero!, Durão Barroso!, David Cameron (Sim este é o 1ª ministro de Inglaterra, não, não é um realizador de cinema), Angela Merkel!, José Sócrates, enfim acho que não é preciso maça-los mais, vocês já perceberam. Que é feito dos verdadeiros estadistas europeus? Tipo Margareth Thatcher, François Miterrand, Filipe González, Helmutt Kohl, Jacques Delors, Mário Soares, enfim esses. Podia-se não gostar deles, mas pelos menos eram estadistas a sério. Agora temos estes políticos da treta, pelo que as pessoas também se portam como pessoas da treta. Mas atenção! um novo paradigma se aproxima, estamos a passar de uma Europa rica e de direitos, para uma Europa a empobrecer, envelhecida, gorda e viciada e que terá que se passar a preocupar mais com os seus deveres, que com os seus direitos. Por isso Coragem!, mas enfim, pelo menos para já, como diz o ditado popular, continuamos a ter “Sol na Beira e Chuva no Faial” (se não é isto é parecido).

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"Kê-Frou" - Dicionário Linguístico





















Kê-Frou” é uma palavra bem conhecida de todos aqueles que tentam tomar a sua refeição calmamente, num qualquer restaurante num período nocturno, acompanhados de uma (ou mais que uma) companhia feminina. Efectivamente, quando estamos a desfrutar da nossa refeição e da companhia. Eis que surge, tal qual animal predador noctívago, esse ser mitológico que é o “impingidor de flores nocturno”. Existem poucos estudos científicos sobre este espécime, que há alguns anos era tão raro e quase desconhecido, mas que há algum tempo para cá se tem multiplicado perigosamente, por certo devido a algum desiquilibrio no seu ecossistema. Este ente quase não fala, mas emite esse som sibilar de todos conhecido que é o “Kê-Frou?”. Este som quase primário significa no linguajar Indiano-Paquistanês-Bangladeshiano um desejo de comunicar connosco e perguntar-nos “Boa Noite, o cavalheiro que tão pacatamente desfruta do seu jantar, gostaria de adquirir e oferecer, um ou mais que um, espécime deste vegetal que dá pelo nome de flor, à agradável companhia que se encontra ao seu lado?”. Se nós respondermos “Não”, o individuo afasta-se, mas não sem antes nos lançar um ar fulminador que parece dizer – “Pois hás-de apanhar uma caganeira tão grande tu e a lambisgóia, que hão-de passar a noite os dois a vomitar pelo nariz e ainda hão-de passar o resto da semana a agua e Guronsam”. No entanto se respondermos – “Sim compro uma”, veremos que afinal o individuo até é simpático e normalmente esforça-se por escolher a melhor flor do seu stock. E no final tanto nós, como a nossa companhia, como o individuo seguimos para a noite com um ar muito mais feliz. E afinal não custa quase nada fazer os outros felizes!!

Imagem retirada de:

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

"Uma Aventura no Ministério da Educação" de Isabel Alçada

Critica literária por Francisco José Piegas





















***
prós [Imaginação do texto]
contras [Excessiva fantasia da narrativa]

Quando uma escritora chega ao edifício do Ministério da educação, um simples cargo ministerial pode transformar-se rapidamente numa situação de pesadelo para todos os professores. Com uma perseguição fantástica aos mesmos, logo na abertura da narrativa, o leitor fica em suspenso desde o primeiro minuto. Com muita acção e emoção, a aventura começa com o estranho mistério do processo de avaliação de docentes. Mas as surpresas fantásticas continuam, com o encerramento compulsivo de inúmeras escolas, com a cumplicidade da misteriosa Associação Nacional de Municípios. Mas quando o leitor pensa que já nada mais poderia acontecer, eis que a aventura atinge o seu auge quando a escritora anuncia o previsional final dos “chumbos” no ensino secundário. Enfim uma aventura fantástica, num local mágico que é o Ministério da Educação.
Na linha dos anteriores livros da série “Um Aventura”, Isabel Alçada excede-se na fantasia neste seu ultimo “Uma Aventura no Ministério da Educação”.

Editora: Não Leya
Paginas: 252

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Comparativo Carro de Bois – Carroça de Burro

Ensaio de performance por Pedro Rato Chaves







 
 
 
 
 
  Nestes tempos de crise em que nos encontramos, resolvemos fazer um teste comparativo, entre dois dos veículos utilitários mais antigos e mais económicos das nossas estradas. Assim, nesta crónica vamos comparar o robusto carro de bois com a versátil carroça de burro. Em termos de Design, ambas as viaturas são semelhantes, algo minimalistas no traço e apelando para robustez e fiabilidade em estrada. Ambas apresentam chassis em madeira, estando disponíveis já nalguns casos chassis parcialmente metálicos, apenas com alguns componentes em madeira. Se bem que em termos de potência, o ”carro de bois” apresente um valor substancialmente superior - 2 bois (não confundir com dois “boys”) comparativamente à carroça cuja potência se limita a 1 burro, verifica-se no entanto que, como o “carro de bois” é bastante mais pesado, essa potência superior não consegue ser colocada na chão, pelo que a carroça atinge velocidades máximas superiores 5km/h, comparativamente ao modesto valor de 1km/h do “carro de bois. As caixas de velocidades de ambos os modelos testados são semelhantes, pois ambos utilizam o tradicional chicote, bem secundados pelo assobio ou mesmo nalguns modelos mais populares pelo carismático vernáculo. Ambos os veículos apresentaram binários muito semelhantes, caracterizando-se por uma completa ausência de rotação do motor. A habitabilidade de ambos os veículos é bastante satisfatoria, sendo ligeiramente superior no “carro de bois” e caracterizando-se ambos por uma completa ausência de conforto, a que não será estranha a utilização se sistemas de suspensão com molas sobrepostas, sistema já utilizado desde a antiguidade clássica. Em termos de consumo a “carroça de burro” surpreendeu-nos com um excelente valor de 4 fardos de palha aos 100km, enquanto o “carro de bois” se apresenta mais gastador, com um valor de 10 de fardos de palha aos 100km. Em contra partida, o modelo mais ecológico é o “carro de bois” com uma emissão de poluentes de 0,3kg de bosta/km, enquanto que a “carroça de burro” nos desiludiu nos testes realizados, com o valor de 0,5kg de bosta/km. Ambos os modelos têm como ponto fraco a extrema pobreza de extras, e como ponto forte, o facto de ambos os modelos possuírem tectos de abrir permanentes e muito panorâmicos. O preço, duas agradáveis surpresas, 450€ a “carroça de burro” e 540€ o “carro de bois”, preços fornecidos pelo ACP (Associação de Carroças de Portugal).





sábado, 4 de setembro de 2010

Paris est une fête ou une merde?














“Paris est une fête”, já lá dizia o livro de Ernest Hemingway publicado em 1964. Efectivamente quando cheguei a Paris à bela zona da Sorbonne ao Hotel Best Western Trianon Rive Gauche, situado na Rue de Vaugirard, próxima do Boulevard St Michel, estava feliz. O ambiente da cidade com as suas inúmeras livrarias, galerias de arte, Bares au Vin e Brasseries. As próprias lojas de roupa e sapatarias finas, com o seu design próprio parisiense, me fascinavam. “Aqui sim, estou na Capital da Cultura, país desenvolvido, não é como em Portugal” pensava eu culturalmente embriagado. Não resisti e ainda dei um salto à Catedral de Notre Dame, onde até as gárgulas me pareciam seres cultos e simpáticos. Após ter alimentado o espírito na catedral, havia que alimentar o corpo. Ao jantar comi umas “Moules marinées aux frittes” acompanhadas de um belo vinho Bordeux que infelizmente não retive o nome. No dia seguinte continuei o meu périplo pela capital da cultura visitando lojas de roupa, de discos, CD’s e BD, até à hora de ir para o aeroporto. Ás 6h da tarde, resolvemos pegar nas malas e dirigirmo-nos à “Porte Maillot” para apanhar a “Navette” até ao Aeroporto de Beuavais. Para isso, no Metro tínhamos que apanhar a linha rosa em “Odeon” até “Chatellet” onde tínhamos que mudar para linha amarela até à estação “Porte Maillot”. Foi então que começou o calvário. Atravessar as ruas de Paris com malas a pesar chumbo, entrar nas estações de metro apinhadas, onde não existem nem elevadores nem escadas rolantes, subir e descer escadas a “alombar” com as malas para aceder aos diversos níveis das estações para mudar de linhas. Para prova de esforço não estava mal, só faltava o electrocardiograma. Farto, perguntei a uma “culta” funcionaria do Metropolitano de Paris, no meu melhor francês, “Então mas não há elevadores nem escadas rolantes?” ao que ela me respondeu laconicamente “não, não hà”. Eu repliquei ainda no meu francês de liceu “não há?”, “mas então os deficientes?” a culta funcionária francesa retorquiu, “Pois é, é um problema de Paris...”. Eu nem queria acreditar, pareceu-me ver o Victor Hugo, o Gustavo Eiffel, o Charles de Gaule, o Toulose Lautrec, enfim essa cambada toda de Cultos Parisienses aos saltos na tumba. “Então mas isto é que é um país civilizado?” estrebuchei a espumar pela boca e com o cérebro já pouco oxigenado devido ao esforço, “Os inocentes turistas com malas, os inválidos indiferenciados, os indivíduos com muletas, os idosos com andarilho, os deficientes com cadeiras de rodas, as crianças com Pé Boto, os inexperientes pais com carrinhos de bebé, entre outros desgraçados, não têm acessibilidade nas estações de metro de Paris?!”, “E isto numa cidade que se dá ao luxo de ter um bairro chamado Les Invalides!!!???”. Pra mim a festa acabou! Palhaços!
João Pinga, Paris, 3 Set. 2010







 

Córsega ou Cócegas?

















Na Córsega o dia começa cedo, por isso decidimos sair da cama, metemo-nos no carro alugado e fizemos-nos à estrada. A ideia era sairmos de Cargèse, em direcção ao sul da ilha, passando pela capital Ajaccio. O veiculo motorizado que tínhamos alugado (um Renault Grand Scenic2 ao qual me recuso a chamar carro) mal conseguia subir o passeio para ser “mal estacionado”, era portanto o veiculo ideal para subir as montanhas da Córsega!!!!. Saímos do Club Med (Club Merd para os árabes que aqui trabalham) de Cargèse e metemo-nos ao caminho. Seguimos pela estrada D81 que liga Cargèse à capital Ajaccio, na zona Oeste da costa e situada no fundo do golfo de Ajaccio. Por esta estrada passámos por uma série de praias paradisíacas, com o seu mar azul turquesa e com as montanhas em fundo. Eu tentava conduzir o Renault pelas montanhas, mas tinha que optar, ou subia a montanha ou tinha ar condicionado. Optei pela montanha, porque tencionava voltar ainda no mesmo dia. Sempre que carregava no acelerador parecia que estava a fazer cócegas no motor! Após uma hora de calor, mas belas praias na retina, chegámos a Ajaccio. A capital é pitoresca, com o centro da cidade com ruas estreitas tipicamente mediterranicas. O porto com pequenos barcos, apresenta um mar límpido e calmo. Esta cidade, terra natal de Napoleão, tem como ponto forte a casa onde nasce e viveu, até sair para se dedicar a chatear meia Europa. Esta casa agora encontra-se transformada em museu, mas toda a cidade está recheada de monumentos ao pequeno-grande Homem.
Depois de Ajjacio, seguimos mais para sul pela N196 e continuei tentar conduzir fazendo mais cócegas no motor, o veiculo parecia que tinha vontade própria, porque quando eu acelerava, ele esperava 30 segundo e só depois fingia que aumentava a velocidade, O bandido!. No entanto a bela paisagem que cruzávamos valia o esforço. Após mais cerca de 40 km de cocegas no veiculo, chegamos a Propriano (Pruprià em corso). Esta bela cidade, situada no Golfo de Valinco, tem as suas casas em estilo genovês de cor rosa claro e um belíssimo Porto com pequenos barcos tipicos. Na zona velha da cidade descobri um bar/restaurante Corso de nome “Tempi Fa”, onde bebemos um “Domain Stiliccionu Artica 2009” e um “Domain Pratavone Guillaume 2007” ambos excelelentes a acompanhar uma “Salade de Poulpe à Lórange et Gerbetes Corse” e um “Peche du Golfe on Carpaccio, huile d’olive du domaine marfisi et noisette salinu di Gervione”. Depois desta excelente refeição, metemo-nos de novo no veiculo das cócegas, e seguimos agora mais para o interior ainda pela N196, na direcção da montanha. Mais 10 minutos de caminho subindo a montanha e chegámos a Sartène. Pequena povoação medieval do sec XVI, belíssima, com o casario em Pedra situada de uma montanha e que durante séculos (até ao sec XVIII) foi vitima dos piratas da Argélia. Também nesta povoação, descobri um belo bar Corso de nome “U Palazzo”, onde se pode degustar excelentes queijos, enchidos e vinhos.
Enfim já chegava de Córsega profunda por um dia, e tendo em conta o tempo que o veiculo das cócegas demoraria e percorrer o caminho de volta, era tempo de regressar. Mais duas horas de regresso alternando por entre montanhas e praias. No final da viagem aprendi mais um lição: Córsega sim, mas em carros de jeito!

João Pinga, Córsega, 1 Set. 2010

 

CITAÇÃO DO DIA

“Nunca interrompas o teu inimigo quando ele está a cometer um erro”

Napoleão Bonaparte, 1759-1821